quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PRINCÍPIOS PARA UM NATAL COM SENTIDO REAL

Já temos ensinado que a data para se comemorar o nascimento do Senhor Jesus, o dia, mês e ano do seu advento, tem importância secundária. A verdade é que ninguém sabe quando o menino nasceu. Sabemos coisas de suma importância, como seus "pais" [Mt 1.18[1]] o local [Mq 5.2[2]], as circunstâncias [Lc 2.7, 12, 16[3]] e até mesmo as primeiras homenagens, como dos pastores [Lc 2.16[4]], de Simeão [Lc 2.28-32[5]] e de Ana [Lc 2.28[6]]. Sabemos quem governava a Palestina [Mt 2.1[7]] e até quem era o representante do governo romano na região [Lc 2.2[8]]. Temos informações mais precisas sobre o nascimento de Jesus [ocorrido há pouco mais de 2000 anos] do que de muitos personagens da nossa história recente.
A Igreja Presbiteriana do Brasil, seguindo os seus padrões confessionais, entende que dias especiais devem ser lembrados e celebrados para edificação do povo de Deus – e a Escritura diz que é exorbitância, arrogância e usurpação a atitude de julgar os irmãos [Rm 14.10[9]], tanto os que celebram quanto os que preferem não fazê-lo [Rm 14.5-6[10]]. Respeito os irmãos que preferem não celebrar o natal – mas rejeito peremptoriamente aqueles que se julgam no direito de lançar epítetos e sentenças condenatórias contra os que o celebram. Ainda, é oportuno lembrar que não guardamos o dia 25 como se fora um dia santo. Já comemoramos o natal num dia 23 e 26.
Dito isto, quero apresentar alguns princípios que devem reger nossa festiva alegria pela vinda do messias:
i. A lembrança de sua vinda e de sua vida não deve ficar restrita a apenas um dia por ano [I Co 10.31[11]]. Todos os dias da vida do cristão devem ser vividos lembrando aquele dia maravilhoso. É verdade que há quem não considere importante o advento do messias – entretanto, sem o seu natalício não haveria a verdadeira páscoa e seu sacrifício vicário. Estariam certos os gnósticos: bastava "aparecer" e "parecer" para resolver o problema. Mas não é assim que as Escrituras ensinam.
ii. Embora não saibamos a data [dia, mês e ano] sabemos que ele veio, e, segundo o apóstolo Paulo, veio na data exata, na plenitude dos tempos [Gl 4.4[12]]. Nem um dia a mais ou a menos [II Pe 3.9[13]]. Nenhum mal há em, desconhecendo o dia, escolhermos um para rendermos graças a Deus pela dádiva mais preciosa que ele poderia nos dar, seu filho amado [Rm 8.32[14]].
iii. Sabemos que Jesus nasceu num lugar humilde, não havia um quarto preparado para ele. Embora não possamos dizer que foi numa estrebaria, gruta, estábulo é certo que ele não estava no quarto principal da casa. Sabemos que meses depois ele recebeu presentes. Sabemos que a tradição ocidental, estabelecida e estimulada, é marcada pela troca de presentes. Por outro lado sabemos que o natal se tornou uma festa cheia de símbolos práticas oriundas do mundo pagão norte europeu. Estes símbolos foram "cristianizados", revestidos de uma nova roupagem e significado. Mas, acima de tudo, devemos lembrar que é possível a um não-cristão celebrar a "festa natalina" somente com "papai Noel, árvore, presentes, Coca-Cola, chester e panetonne". Mas um verdadeiro cristão pode celebrar o verdadeiro natal abrindo mão de tudo isto, ficando apenas com a essência [Is 9.6[15]]. Pode abrir mão de receber presentes porque já recebeu um presente inigualável [Jo 3.16[16]].

iv. O natal tem sido época de ostentação e pompa. Tem sido época de aguardar ansiosamente comilanças, bebedices, guloseimas e presentes. Mas precisa ser a época [como em todo o restante do ano] de guardar no coração as palavras do Senhor Jesus [Jo 14.24[17]]. É tão errado lembrar de Jesus só no natal como não lembrar dele no natal. E são dois erros terríveis que tem sido cometido pela cristandade. Não é a ostentação e a pompa que fazem o natal. Jesus não precisou disto quando veio [Lc 2.7[18]], embora seu retorno premente seja glorioso e inigualável.


[1] Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo.
[2] E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.
[3] ...e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. [...] E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. [...] Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura.
[4] Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura.
[5] Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.
[6] E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
[7] Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
[8] Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria.
[9] Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus.
[10] Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.
[11] Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
[12] ...vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
[13] Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.
[14] Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?
[15] Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;
[16] Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
[17] Quem não me ama não guarda as minhas palavras; e a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai, que me enviou.
[18] ...e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

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